Há tanto tempo que não faço isto! Nem sei bem porque e por onde recomeçar...
Uma das razões porque me afastei, foi ter ganho a coragem de dizer o que sinto, sem precisar de o escrever, mas hoje, ao recordar este meu depósito, dei-me conta de que os anos passaram e, apesar de estar mais confiante para falar, continuo a ter muita necessidade de escrever.
Não é fácil recordar todas estes sentimentos que um dia tive a necessidade de converter em prosas e versos. Não é fácil principalmente sentir que alguns deles, depois de todo este tempo, ainda estão aqui tão dentro de mim... A sensação do vazio que me assombra muitas vezes e se esconde por de trás de uma vida pacata e de um sorriso que nem sempre é sentido.
Ao ler alguns dos meus estados recalcados, como eu os chamei, recordo-me tão claramente da sensação daqueles dias, daqueles momentos. Sei tão claramente para quem falo ou falei. E, se alguns dos destinatários e dos sentimentos vividos já estão lá no passado, como esses estados recalcados, outros, e apesar do passar do tempo, são ainda tão presentes, que se calhar ou com toda a certeza, foram os impulsionadores da minha vontade de voltar a escrever.
Como é difícil recomeçar! Como diz a música "as palavras custam a sair" mas eu digo o que estou a sentir, digo exactamente o que estou a sentir... Afinal sempre foi assim, e é assim que quero que continue a ser. Por mais tempo que eu demore a voltar, este será sempre o meu canto da verdade, da minha verdade...
Não sei exactamente o sentido que devo dar ao meu pensamento, ou se simplesmente me deixe levar por ele, mas a verdade é que neste momento ele só me deixa perceber o prazer que tenho em escrever e as saudades que já tinha de o fazer. Como se,todas as outras coisas que me corroem a alma neste "agora", tivessem ficado insignificantes perante a vontade de voltar a escrever.
Por isso, termino não com a promessa de que regressarei novamente e/ou brevemente, mas com a certeza de que tenho que fazer isto mais amiúde!
Desculpa-me a franqueza com que te vou falar, mas não podia ser de outra maneira.
Eu já não sei se o que sinto por ti é amor. E não sei se aguento mais sem to dizer.
A minha alma está um completo vazio. Sinto que já perdi tantas palavras, já perdi tanto tempo e já me desgastei tanto e da tua parte não tenho nada mais do que a mesma apatia de sempre, a mesma perplexidade, o mesmo conformismo de quem não se importa com nada.
Sabes o que doi ter que dizer todas aquelas coisas que já foram ditas e não ver um simples argumento que seja para te tentares defender, para me tentares mostrar que estou errada, nada.
Porque eu queria estar errada... como eu queria. Queria poder pedir-te desculpa por outros motivos que não este.
Eu não consigo não me incomodar, não consigo não pensar em tudo que te digo, por ti e por mim. Não consigo deixar de pensar que luto em vão e pior que isso, que luto sozinha.
Porque é assim que me sinto, sozinha. Sozinha ao teu lado. E o que me preenche no meio desta solidão são as memórias de um passado que não aconteceu, são comparações entre um presente que não tem futuro e um passado que não teve presente.
E é tão difícil tentar perceber quem está errado nisto tudo.
Pelo meu lado sei que não terei totalmente razão, mas o que mais me doi é perceber que até nisso eu tenho que pensar sozinha.
Doi-me pensar ficar sem ti, mas por outro lado eu já não te tenho, porque o que vejo é só um corpo a vagar pelos espaços que dividimos, um corpo que a minha desilusão me fez deixar de desejar.
Doi-me pensar que tudo está nas nossas mãos e só vejo as minhas estendidas.
Eu não consigo mais falar pelos dois, pensar pelos dois, agir pelos dois, viver pelos dois, porque tu és a metade e não é de mim. Tu és a metade do que és e do que dizias ser e eu não sei viver pela metade.
Por isso desculpa a franqueza mas já não sei se te tenho amor.
Não!
Não digas que me amas!
Como podes dizê-lo?
Como tens coragem de proferires palavras tão sagradas?
Dizê-lo vezes sem conta, sem te dares conta do que é amar.
Não!
Não digas que me amas!
Não aumentes a dor que há em mim por te saber indigno dessas palavras.
Não digas que me amas, quando não o sabes demonstrar.
Custava olhares para mim como uma jóia preciosa, como a flor mais bonita e frágil de um jardim?
Não!
Não digas que me amas, porque eu não saberei responder-te...
Faz tanto tempo que não escrevo que nem sei se já desaprendi!
Tanta coisa mudou! Para melhor, ou para pior? Certamente para melhor... Mas se assim foi porque me sinto eu vazia! Ou estarei tão cheia de tudo que a sensação é de vazio?
Não percebo o que me apoquenta, o que deixa a minha alma inquieta! Não sei o que fazer, e o que pensar! E até os meus sonhos atrapalham o meu viver...
Depois de tanto tempo...
Não consigo entender...
Sou feliz, mas não me sinto feliz... fará isto nexo? Mas também não me sinto infeliz, talvez, um pouco insatisfeita, insegura, insuficiente, intolerante, incapaz, intransigente, inconsciente, incompleta.
Os meus olhos cheios d'água
Seu mar vazio
Qual é o fio que nos une e nos separa?
Eu quero seu sorriso
No correr da minha hora
E não falta nada pra gente ser feliz agora
Só por você eu dei até o que eu não tive
Há tantos que vivem, sem viver um grande amor
Eu que sonhei por tanto tempo em ser livre
Me prenda em seus braços
É o que eu te peço
Somos um barco no meio da chuva
Um edifício no meio do mundo
Fortes e unidos como a imensidão
Um passeio no meio da rua
Vamos dias e noites afora
Agora podemos ver na escuridão
Só por você eu dei até o que eu não tive
Há tantos que vivem, sem viver um grande amor
Eu que sonhei por tanto tempo em ser livre
Me prenda em seus braços
É o que eu te peço
O sono não chega e fico a imaginar mil e uma coisas que já não deveriam fazer parte do meu imaginário!
Queria que estivesses aqui comigo! Mas não estás e a cama vazia não chama por mim, por isso fico para aqui a pensar no que não devo!
Sabes quantas vezes passa pela minha cabeça que este nosso amor é efémero! Quantas vezes me pergunto se nos vamos conseguir aturar!Sei que enquanto os nossos corpos e as nossas almas estiverem cheios deste imenso amor isso vai ser possível, o medo é que um de nós deixe esvaziar, deixe o sentimento esfumar...
Na realidade isto não me preocupa... Preocupa-me mais o dia a dia que enfrentamos que não nos deixa viver, que não nos deixa sermos um só, que não nos deixa desfrutar do que temos... E é tanto o que temos, o que conquistamos, o que aprendemos e partilhamos...
Não sei que tempo vai durar, embora deseje que seja para sempre, ou pelo menos até que um de nós padeça, mas sei que enquanto durar que seja sempre assim, ou melhor, porque pode melhorar... Eu posso melhorar, tu podes melhorar... Ainda podemos crescer tanto juntos, podemos nos tornar mais sábios de nós mesmos, do amor...
Sei que sentes o mesmo, sinto-o, mas às vezes, por vezes fica difícil de acreditar... Já são tantas cabeçadas que por vezes custa a crer que vai ser diferente... Por agora, e enquanto deres sentido à minha vida, fores a minha direcção, o meu tom, a minha cor, vou te amar sem medida e sem medo de estar a exagerar, porque ninguém jamais te amou... ... ... ... ... como eu!
Vejo de longe o tempo que passou... Vejo-o, e sinto agora que acabou!
São dias e dias que ficam lá trás, horas e horas passadas em vão... Ou será que não? Talvez não!
Ficou a sabedoria da espera, o saber de que, não só, tudo o que começa tem um fim mas, também, e principalmente, que todo o acabar tem um novo recomeço.
E é isso o que fica das lágrimas derramadas, das noites perdidas, das palavras gastas, do sofrimento vivido, são novos sorrisos, noites "achadas", palavras sentidas e muitos, muitos novos momentos de felicidade...
Porque é assim a vida, cair para levantar!
Será que fui feita para isto, ou estarei eu destinada a fracassar nesta minha "função"? Pergunto-me se realmente somos ou não predistinados a desenvolver este lado mais... bem não sei, este lado!
Por mais que me esforce, há coisas que não consigo entender, que não encaixam, que eu não consigo contornar. Será que tem que ser tudo como eu quero? Como diria o anúncio, "não tem, mas devia"!
Talvez esteja a exagerar, mas este impasse deita-me abaixo... Deita abaixo todas as minhas expectativas, todas as minhas esperanças, todos os meus pseudo-sonhos, todas as minhas vontades e até todas as minhas certezas e verdades...
E por outro lado revolta-me... Revolta-me a incapacidade de fazer, de saber fazer, de saber o que fazer. Revolta-me a falta de vontade, e a vontade de que tudo aconteça rapidamente... Revolta-me saber que nunca chega o que faço! Revolta-me ainda mais fazer tudo em vão!
Apetecia-me bater, bater-te, bater-lhe, bater-me...
Queria poder exprimir-me em forma de murros e pontapés, berrar e puxar os cabelos, espancar esse mundo que não desata, nem ata, que gira por ver todos os outros girarem...
Queria deixá-lo a sangrar, em ferida, com fracturas expostas, as mesmas que me são impostas e nada posso fazer para as curar... Queria revirar-lhe as entranhas e descubrir-lhe as manhas que faz para me levar... Que faz para me ter assim tão presa e exausta de não saber mais o que fazer...
Há alturas em que o meu pensamento fica tão cheio de ideias vazias que confundo o certo do errado, o justo do injusto, o que devo ou não fazer ou dizer!
Nessas alturas chego a duvidar de mim, da minha capacidade de amar, de dar, de querer... Ninguém é melhor que ninguém e eu não fujo à regra, mas pelo menos tento ser o melhor de mim... E sei que às vezes não sou e não dou o melhor de mim a todos ou a qualquer coisa, mas tenho a noção que também quando não o sou não exijo o mesmo...
Não sei bem o que é melhor, dar tudo e exijir tudo, ou deixar andar tudo!
Há alturas que é isso que apetece... mas não consigo...
* In...
* Ninguém jamais te amou, c...
* Se cuidas de mim...Eu cui...